A Coleção dois pontos, organizada por Eugenia Motta (@motta.eugenia) e Alexandre Werneck, reúne três grandes títulos para refletirmos sobre questões sociais..
Em “Figuras modernas” Simone Brito, a partir do conto “Bartleby, o escrevente”, de Herman Melville traz uma interpretação sobre os traços modernos mais opressores da vida social, de como o personagem compreendeu e somatizou a verdade da vida moral sob o capitalismo. Já Renan Springer de Freitas (@renan_springer ), trazendo três obras (“Diário de um homem supérfluo”, de Ivan Turguêniev, “O capote”, de Nikolai Gógol e “Pastoral americana”, de Philip Roth) apresenta figuras caracterizadas por estarem a salvo da angustiante condição de ser “supérfluo”.
Em “Mundo do Crime”, Gabriel Feltran explora a construção de Guina, personagem de uma faixa de “Sobrevivendo no inferno”, que sintetiza várias figuras do mundo do crime que cruzam o caminho de Mano Brown (@manobrown). Já Michel Misse (@michel.misse.1) coloca em diálogo um filme americano (“Alma torturada”, de Frank Tuttle) e um brasileiro (“Paraíba: vida e morte de um bandido”, de Victor Lima) para mostrar como a construção de identidade dos sujeitos criminais em ambos são operados por um mesmo sistema de olhares, a “sujeição criminal”.
Por fim, em “Relações raciais”, Guilherme Marcondes (@pretricinhx) expande a noção de ficção artística a partir de pinturas da artista Kika Carvalho para analisar a “afroespeculação” – trata-se de um exercício de imaginação, em que a ficção não é apenas invenção impulsionada pela estética, mas sobretudo o contexto nela imaginado. Já Luiz Augusto Campos (@luizaugustocam) traz uma discussão sobre a ambiguidade do pardo a partir do livro “Marrom e amarelo’, de Paulo Scott (@pauloscottreal), explorando paralelos entre a sociologia da raça e a literatura.